O que é
A Comissão Internacional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite (CICEP) reunida em Washington, em agosto de 1994, declarou interrompida a transmissão do poliovirus selvagem nas Américas. Estava erradicada a poliomielite nos continentes americanos.
Estudar a história da erradicação da poliomielite se justifica pela importância social e econômica dessa doença. Significa analisar historicamente uma doença que condena crianças, suas principais vítimas, à paralisia e dependência permanentes, analisar a trajetória de campanhas de vacinação, enquanto uma política governamental de saúde e compreender as inter-relações institucionais nacionais e internacionais em jogo na decisão política de erradicação da poliomielite. Um estudo comparado com o Peru enriquece essa história, à medida que se trata de países distintos cujas etapas do processo foram diferentes. No Peru, o Programa Ampliado de Imunização (PAI) foi implementado em 1972, utilizando-se da vacina oral monovalente tipo 1; todas as vacinas utilizadas pelo ministério da saúde peruano são compradas pelo Fundo Rotatório com grande aporte do Rotary; em 1980, as campanhas eram locais e isoladas. As vacinações nacionais, que no Brasil iniciaram em 1980, no Peru começaram a ocorrer em 1985 e, além disso, o conflito armado desorganizava os dias nacionais de vacinação, forçando a OPS a assegurar um pacto com as guerrilhas para a realização das campanhas de vacinação. Mas ambos atingiram a meta da erradicação.
Esta pesquisa tem por objetivo estudar as alianças institucionais (políticas e científicas) que possibilitaram a campanha contra a pólio. Determinar os limites destas alianças, suas controvérsias, contradições e oposições, e as saídas encontradas que permitiram a implementação da campanha, levando em conta o momento histórico nacional de um e de outro país e as discussões internacionais, nacionais e setoriais da saúde acerca do problema.
Financiamento: CNPq